Dovtiz é uma cidade-reino de anões situada na Cordinheira de Ryggraden, parte central da Espinha do Dragão e fronteira com a região de Göbeck ("Reinos Queimados"). A cachoeira que nasce nas portas de Dovtiz é a primeira grande queda, e possivelmente a nascente, do Rio Kizil, também conhecido como "Rio Vermelho".
Descrição[]
Dovtiz é uma das maiores e mais importantes cidades-reino em todo o Continente Eukin, pois é muito rica na produção de metais maleáveis de grande qualidade e gemas de tamanhos absurdos. Destaca-se também pelo seu excepcional sistema de canalização de água, que utiliza galerias esculpidas nas pedras, tubos, válvulas, correntes e rodas segmentadas para controlar o direcionamento, a pressão, o represamento e a velocidade de circulação da água em toda a cidade. O sistema atende de forma muito eficaz várias necessidades da comunidade que vive no subsolo, tais como a mineração, a perfuração de novas galerias, o transporte de cargas, controle de elevadores, cuidados sanitários e até segurança.
A entrada externa foi construída junto à queda d'agua de uma enorme cachoeira que se estende por um largo paredão de pedra. O único acesso ao portão principal é por uma estrada propositadamente estreita, escorregadia e intercalada com pontes levadiças. De longe, é possível ver uma gigantesca roda d'agua apoiada na pedra. Esta roda, impulsionada com a força da água, atua como um moinho a beira de um rio vertical, dando movimento e tração a inúmeras correntes e escotilhas que se espalham pela cidade como uma rede auto-motiva, complexamente engenhosa.
Por dentro, Dovtiz é ainda mais impressionante. A área que abriga a maior parte da população foi construída no entorno de uma grande caverna, ou galeria, com um lago profundo ao centro e uma pequena fenda no teto. Circulando o lago, os anões esculpiram inúmeros cômodos e corredores, de diferentes tamanhos e utilidades, formando uma grande colmeia, ou formigueiro, de pedra, metal e madeira. As residências se misturam com tabernas, oficinas, cozinhas, armazéns, escadas e inúmeros corredores que se aprofundam para o interior da montanha. Suas principais construções são: o Pavilhão do Trono, as Catacumbas, as Grandes Fornalhas, a Câmara de Controle de Válvulas e o Arsenal.
Além da cidadela, os domínios de Dovtiz se estendem cordilheira adentro por incontáveis túneis e escavações; estes que também se mistruam às antigas, e às novas, estradas subterrâneas. Existem ainda algumas pequenas comunidades de anões-montanheses que vivem na superfície da montanha e se mantém fieis aos chefes de Dovtiz.
RESUMO[]
- População: 58.750 anões residentes no subterrâneo (estimado)
- Status Político: Cidade-Reino de Anões
- Sistema de Governo: Patriarcado Hereditário
- Atual Governante: Rei, ou Patriarca, Amïr AltinTaç
- Status Econômico: Rico
- Língua oficial: Anão tradicional com dialetos locais
- Principais Recursos Econômicos: Mineração de metais maleáveis, ouro, cobre, gemas e pedras preciosas. Fabricação de armas, armaduras e ferramentas.
- Abertura Econômica: extremamente reclusos*
- Alianças Militares: não possuem*
(*) Obs.: Tendência a se aliarem a outras cidades-reino subterrâneas da Espinha do Dragão.
Sociedade e Costumes[]
Dovtiz é exclusivamente uma sociedade de Anões. Com raras concessões para residência ou visita de pessoas de outras raças. Possuem uma preferência declarada para estabelecer relações comerciais e políticas somente com outras cidades-reino de anões da Espinha do Dragão, mas, de tempos em tempos, aceitam comércio e escambo com outras comunidades do continente.
A cidade-reino é governada há mais de cinco séculos pela dinastia AltınTaç, sendo o rei Amïr AltinTaç o quinto patriarca da sua linhagem. Seu reinado já dura 106 anos e o próximo rei, ou patriarca, na linha de sucessão é seu filho, o príncipe Umar AlinTaç, um destemido e respeitado guerreiro. Rei Amïr teve ainda outros oito filhos: A-thain, Magruk, Thralgi, Rukkhaz, Dwa, Mulin, Farrin e Finnr.
A sociedade dos anões de Dovtiz segue uma organização muito similar às outras comunidades da Espinha do Dragão. O Rei, ou Patriarca, é a autoridade suprema do reino e legisla sobre diversas demandas do cotidiano da comunidade. Além de presidir julgamentos é responsável por nomear os Chefes de Ofício. Ser um chefe de ofício é uma grande honra para um Anão e as famílias disputam esses cargos com muito afinco. Os ofícios são diversos, tais como chefiar uma área de mineração, fundições ou oficinas, o treinamento de guerreiros, a construção e manutenção de estruturas, os postos de defesa, expedições nas estradas profundas, missões comerciais, controle de estoques, realização de rituais, enfim. Ter um parente Chefe de Ofício é muito importante para uma família, pois, além de acumular prestígio e status social, é uma forma de acumular recursos melhores na partilha dos bens. O cargos de ofício não são exatamente títulos de nobreza, como acontece nas comunidades humanas, mas conferem um status parecido, apesar de não serem hereditários nem vitalícios.
História[]
Antes dos anões iniciarem seus trabalhos de assentamento, esta caverna foi, provavelmente, esculpida naturalmente pela própria água que flui das entranhas da montanha até a boca da cachoeira. Por esse motivo, os primeiros anões que ali chegaram deram a esta caverna o nome de Bol Dŵr, que, na língua dos anões, significa Barriga D'Água. Um nome apropriado para a época, pois, pelas lendas, Ryggraden seria justamente a "barriga" ou "o meio" da "espinha do dragão".
Foi Emïr AltinTaç, o primeiro rei da Dinastia AltinTaç, quem ordenou a mudança do nome da cidadela esculpida na caverna para "Dovtiz", que é um nome próprio na língua dos anões e sem significado claro. O rei esperava que o nome passasse a ser associado a controle do fogo, pois foi sob o seu reinado que os anões concluíram a construção de suas primeiras grandes fornalhas. A partir do controle do fogo e das caldeiras, os anões de Dovtiz dominaram também a arte de modelar metais e, assim, foi possível aprimorar seus processos de fabricação de armas, armaduras, instrumentos e adornos, e, também, construir as estruturas necessárias para aprofundamento das escavações. Infelizmente, seu reinado foi curto, durando apenas 89 anos.
Seu filho, Femir AltinTaç, o segundo patriarca, ficou marcado na história por dois grandes momentos. O primeiro ficou conhecido como o Pacto de Ferro, quando os anões da Espinha do Dragão, liderados por Dovtiz, decidiram abrir comércio com as tribos humanas de Gobek. Esse episódio impulsionou o desenvolvimento das comunidades humanas da região, que saíram da Era da Madeira e entraram na Era do Ferro; isto é, com o acesso aos novos recursos e instrumentos, deixaram de ser pequenas comunidades tribais isoladas e passaram a conquistar o território estabelecendo grandes cidades e até reinos. Seu segundo grande feito a elaboração do sistema de controle da água, mas faleceu com a alcunha de "visionário" pois não chegou a ver o projeto iniciado. Seu reinado durou 128 anos.
O Terceiro patriarca, Fam-Ar AltinTaç, foi um regente obstinado em realizar o projeto de seu pai. Para adequação do sistema adotou medidas que proporcionaram grandes mudanças na estrutura e na organização da cidade e iniciou uma modernização que levou a cidadela a ser o que é hoje. Mas Fam-Ar também foi responsável por colocar um ponto final em outro grande sonho de seu pai: a abertura comercial com os humanos. Depois de 160 anos de pacto e intenso comércio, os reis anões, estarrecidos com a ganância e as atrocidades cometidas pelo Rei Bobernik, o usurpador incendiário, decidiram fechar seus portões para os humanos e observar do alto, e de longe, a fumaça das cidades e reinos que ardiam em chamas. Seu reinado durou 145 anos.
Untar AltinTaç, o quarto patriarca, ficou conhecido como o "introspectivo", pois suas medidas priorizavam a exploração dos interiores das montanhas e os isolaram cada vez mais da superfície. Seu reinado durou 113 anos e também ficou marcado pelos constantes aborrecimentos com criaturas abomináveis das profundezas da terra, principalmente os Drows.
Amir AltinTaç, quinto e atual patriarca, representa uma nova era para o povo de Dovtiz. Uma de suas principais medidas foi a reabertura parcial das relações com os povos da superfície e uma revitalização das estradas que ligam as Cidades-Reinos do Subterrâneo. Com a alcunha de "o consiliador", seu reinado já dura cerca de 79 anos e tudo indica que será um longo e próspero reinado.
Grande Jornada do Princípe Umar AltınTaç,[]
Quando Umar AltinTaç completou 60 anos, o jovem Príncipe anão decidiu homenagear o reinado de seu pai realizando uma grande jornada pelos subterrâneos da Espinha do Dragão. Sua meta foi viajar de Dovtiz até Valterra passando por todas as Cidades-Reinos no caminho e, também, se aventurando em antigos mistérios e ruínas guardados pelas montanhas. A missão tinha dois objetivos: o primeiro era diplomático, pois marcou uma nova época de relacionamento e aproximação entre as comunidades de anões do subterrâneo; ao levar o escudo da casa AltinTaç a tantas cidades, príncipe Umar fortaleceu o prestígio e a boa fé do povo de Dovtiz. O segundo era estratégico; com a expedição foi possível desvendar e mapear diversos segredos desta parte da Espinha do Dragão, tais como novos pontos de mineração e assentamento, antigas relíquias, novos trajetos, pontos de acesso a superfície, dentre outros. Um verdadeiro tesouro para os planos do rei e do futuro rei de Dovtiz.
A Grande Jornada contava com vinte bravos anões e uma particularidade, a companhia de um também jovem, porém pesquisador e cartógrafo halfling, chamado Pepwin Roads. Não se sabe ao certo como este halfling conquistou a confiança dos anões para residir em Dovtiz e, principalmente, como ele convenceu o Príncipe Umar e o rei Amir a participar da expedição, uma oportunidade de grande honra e muito disputada entre as famílias e Dovtiz. Alguns acreditam que a ideia da grande jornada foi inspirada, ou influenciada, em outra experiência de Pepwin Roads, uma longa viagem de Daha a Massawa, passando por Asaguida, Ranjari e Crveni Savez. Relatos dessa aventura no subterrâneo foram registrados por Pepwin no fascículo de um livro de anotações - poucas vezes copiado e raro de encontrar - sobre a Espinha do Dragão. Porém, o livro em sí não revela praticamente nenhuma informação inédita, ou esclarecedora, sobre os subterrâneos. Resume-se a rascunhos, notas mentais e reflexões sobre formações rochosas.
Dos vinte anões e um halfing que partiram de Dovtiz, três anões não regressaram. Seus escudos estão dispostos em um monumento que narra a Grande Jornada do Príncipe Umar AltinTaç.